segunda-feira, 6 de julho de 2020

Eu e a foice. Declaração de guerra

Estamos no meio de uma guerra – numa pandemia, provocada por um novo coronavírus, causador de uma doença denominada COVID-19, que significa doença provocada por corona vírus, ano de 2019. Um vírus atacando com ferocidade a humanidade. O cenário atual mostra milhões de pessoas infectadas em todo o mundo e o número de mortos caminha para um milhão. O conhecimento da situação, como divulgado por organizações/instituições de Saúde Pública, e por Governos de países, diz que o alívio da população só virá com o aparecimento da vacina – sabe Deus quando! Dizem os cientistas que que não há droga comprovadamente efetiva para combater o vírus. A receita é ficar isolado, “não ter contato com outro”, para evitar a contaminação de pessoas e a propagação do vírus. E, então, rezar! Pois a doença é aterrorizadora: em algumas pessoas, parece que a maioria, não acontece nada; em outras pode levar à morte. É a peste, com a sua foice! E cada um de nós, “deve ficar no seu canto”, aguardando “para ver o que acontece” É o isolamento forçado, como aquele que impingimos aos animais, presos no zoológico. E aí descobrimos como é sofrível – mas os bichos não reclamam. Pelo menos disso não sabemos, ou “fazemos de conta que não sabemos”. Nessa situação declaro a minha guerra pessoal ao vírus e ao “sistema”. Seguem o meu raciocínio e as minha justificativas.

Sou, como pessoa humana, um ser senciente pois sinto prazer e dor, satisfação e angústia, munido de intuição e fé. “Viver é experimentar incertezas, riscos e se expor emocionalmente”. Nem sempre é bom “deixar a vida nos levar”, pois, às vezes, temos de tomar atitudes para correção de rumo.

Retornando ao cenário “virulento”, com a divulgação de fatos tanto pela mídia (pouco) quanto pela internet, tem ocorrido registros relatados como bem -  sucedidos, de procedimentos preventivos com o emprego de algumas drogas, como da ivermectina, em que centenas de pessoas usuárias do medicamento, ou não ficaram doentes ou tiveram sintomas leves. Por que isso não tem sido divulgado como merece? Respondo: porque a sua eficácia não foi comprovada cientificamente, ou seja, testada em ensaios clínicos randomizados e de duplo cego. Isso é verdade sim, mas, também, há outra verdade bem cruel. A guerra está acontecendo e os ensaios levam muito tempo para serem concluídos – muitas pessoas morrem!

Frente a esta situação poucas autoridades têm mostrado coragem e discernimento para indicar ou receitar o medicamento, numa situação óbvia de escolha, de tomada de decisão. Numa situação dessa, quero participar ativamente, sem ficar esperando “o que acontece”. Quero usar do meu direito de escolha, segundo uma análise de custo/benefício, de decidir se tomo ou não a ivermectina.

Esse medicamento é um fármaco pertencente à classe das avermectinas, lactonas macrocíclicas, que apresenta atividade antiparasitária e comprovada atividade antiviral “in vitro”. As avermectinas foram descobertas na década de 1970, produzidas pela bactéria filamentosa, um actinomiceto, da espécie Streptomyces avermitidis. Quero lembrar, com base em meus conhecimentos de microbiologia industrial, inclusive por experiência própria em indústrias e na academia, que o desenvolvimento de um medicamento, seja originário de uma planta ou de um microrganismo ou mesmo de uma síntese química, começa na bancada do laboratório, com os ensaios e testes “in vitro”. Tratando-se de uma molécula “nova”, avalia-se o seu potencial, se possuidora de alguma atividade de interesse: antibiótica, antiviral, anticâncer, etc. Mostrando-se “interessante”, a pesquisa continua: testes de toxicidade, testes em animais; com resultados favoráveis passa-se à fase posterior, de ensaios clínicos, até ser considerado um medicamento, inclusive pelo poder público, da área da Saúde. Todo o processo demanda muito tempo e custa muitos recursos financeiros. Não se pula etapas. É o caso da ivermectina. Já é considerado um medicamento há muitos anos!   

Entre os efeitos adversos, registrados como leves e autolimitados, são citados tontura, vertigens, cefaleia, náuseas, vômitos e fatigas.

Em razão do exposto, pergunto: dá para arriscar? Tomei a primeira dose no final do mês de junho de 2020. Declarei a minha guerra particular!

 

*Gecernir Colen; cidadão, farmacêutico, microbiologista/doutor, membro da Academia de Letras de Teófilo Otoni e do Instituto  Histórico e Geográfico do Mucuri.


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