A Campanha da Fraternidade realizada durante o
período da Quaresma, deste ano de 2020, nos pediu um olhar de compaixão: “Viu sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc
10,33-34). Quando foi pensada esta Campanha, não se imaginava que a mesma não
pudesse ser concluída conforme programado. Ainda no decurso da Quaresma, o
mundo inteiro sentiu uma dor profunda e
levou um susto imenso. O medo generalizado tomou conta da sociedade, pois um
inimigo invisível entrou nas casas, viajou pelas ruas, praças e muitas portas
foram fechadas inclusive as das igrejas.
As pessoas sentiram-se ameaçadas, independentemente da condição social, cultural, religiosas e econômica.
O Coronavírus chegou de uma forma
invisível, mas fazendo estragos profundos na vida humana.
Ao chegar o término do ano de 2019 todos estavam
dizendo feliz ano novo. Sim falamos isso para muitas pessoas. Era uma esperança
que 2020 traria felicidades. Mas onde
está felicidade? Nossos sonhos fracassaram? Não podemos perder a esperança. Estamos
ameaçados por um inimigo invisível, mas há um Deus que nos conforta. “Há uma
luz, não no fim do túnel, mas no meio dele” (Fr. Carlos Mesters). Essa luz é
Jesus.
Neste tempo de inseguranças têm surgido muitos
gestos de solidariedade. Eles não precisam ser grandes, basta serem feitos com
amor. Muita gente está fazendo máscaras para doar aos pobres. As paróquias
estão fazendo campanhas de alimentos e vestes para socorrer as pessoas que
estão precisando. Os gestos de solidariedade estão se multiplicando. O povo
brasileiro sabe por mais água no feijão e assim o pão se multiplica. Com o
nosso amor muita gente pode ser amparada. O Papa Francisco, no dia 9 de maio telefonou para o Cardeal de São Paulo, Dom Odilo Scherer, se solidarizou com os
sofredores e perguntou: “Como estão os
pobres”?
Vamos olhar para além de nossas casas e perguntar
como estão pobres? Existe muita gente boa que se compadece e quer
cuidar dos outros. A Igreja como mãe cuidadosa dos seus filhos e filhas
se preocupa com os pobres e quer ajudá-los, especialmente nesse momento de
fragilidade. Não podemos ficar indiferentes à dor e à vulnerabilidade humana.
Vamos repartir, confortar e curar. Muitas vezes aqueles recursos
disponibilizados pelas grandes empresas não chegam imediatamente até os pobres,
não lhes traz alívio. Com a força do Espírito Santo agindo em nós, na sensibilidade cristã e com a organização das comunidades muita gente poderá ser socorrida. Vamos perguntar como estão os pobres da nossa rua,
de nossa comunidade e de nossa paróquia. Vamos descobrir como eles
estão e uma vez conhecendo a dor deles, não podemos ficar insensíveis à
situação que clama ajuda. Quem fica invisível é o vírus que causa mal. A
comunidade cristã precisa ter uma presença visível e samaritana, na sociedade.
Neste tempo de pandemia com tantos anúncios de
saturação dos sistemas de saúde, de
mortes e sepultamentos em valas comuns, corre-se o risco de ficar insensível a
tanto sofrimento. Não podemos ser assim indiferentes. O olhar de indiferença
mata. Vamos ser solidários. Podemos rezar, podemos oferecer amor aos que necessitam, podemos estender as mãos
oferecendo um pouco do que somos e temos. Ajudar é preciso. A ajuda solidária
traz alegria ao coração do necessitado. Deus não cessa de nos ajudar, por isso
somos felizes. Não podemos ficar insensíveis. Vamos socorrer quem está no
caminho sem forças para seguir.
Dom Messias dos Reis Silveira
Dom Messias dos Reis Silveira
Bispo Diocesano de Teófilo Otoni - MG
Bispo Diocesano de Teófilo Otoni - MG

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